Você sabe como é feita a análise do sangue que é coletado e enviado para um laboratório de apoio? Então confira a seguir o caminho desde a coleta até o resultado.
Para onde vão os tubos após a coleta?
Após a coleta ser efetuada em um laboratório de coleta, as amostras são etiquetadas e armazenadas em recipientes que mantêm a temperatura ideal das amostras, feito isso, são registradas no sistema (Bitlab Enterprise) que comunica diretamente com o laboratório de apoio. As amostras então são recolhidas e enviadas a um laboratório de apoio.
Centro de distribuição de amostras
Existem laboratórios muito grandes que necessitam de um local para centralizar e distribuir as amostras. Neste local se inicia a jornada dos tubos. As amostras chegam em caixas térmicas onde técnicos efetuam a checagem para confirmar se a temperatura está de acordo com a ideal. Os tubos são retirados das caixas, as amostras que precisam de tratamento especial são separadas e a maior parte segue o caminho por uma esteira automatizada.
A esteira segue até a primeira etapa de separação que pode ser efetuada por uma máquina de RFID (Identificação por radiofrequência), tecnologia semelhante aos targets utilizados nos carros para abertura de cancelas automaticamente. Dessa forma o sistema identifica a trajetória de cada um dos tubos. Nesta etapa o sistema também separa as amostras que precisam seguir para a centrífuga.
Através do código de barras, o sistema consegue saber todos os exames que precisam ser feitos com aquela amostra que o médico solicitou. E é isso que define o caminho que cada amostra irá seguir.
Antes da análise, algumas amostras precisam de uma determinada preparação e para isso é necessário passar por uma máquina que efetua uma inspeção visual para confirmar se não há nada de errado com ela.
Para as amostras que não utilizam o sangue completo, os tubos precisam passar pela centrífuga onde o plasma é separado por diferença de densidade e o destampador é a última etapa antes das amostras entrarem nos equipamentos.
Como são extraídos aqueles números que aparecem nos resultados?
Módulos analíticos
São nessas máquinas que os exames são realizados. Cada uma delas faz um exame específico ou um conjunto de exames. Nesta etapa, é extraído uma pequena quantidade de sangue que é misturado com determinados reagentes para gerar uma reação química. É o resultado dessa reação química que será analisada, verificado por exemplo, quanta luz consegue passar por ali. O resultado será convertido em um número para gerar um resultado.
Hemograma
Um dos exames de sangue mais comuns é o hemograma. A máquina que efetua essa análise faz a contagem dos glóbulos brancos, vermelhos e as plaquetas. Para fazer isso, as células passam por um tubo microscópico onde o computador mede a quantidade de células que estão passando, o formato delas entre outras informações e com base nisso é possível identificar se uma pessoa tem anemia, leucemia, infecções e até alergias.
Se o computador identificar qualquer resultado que fuja do normal, a amostra é separada e encaminhada para um local onde é tirada uma foto microscópica e enviada para um técnico efetuar a análise manual da amostra.
Com um tubo de amostra é possível realizar vários exames. Depois que a amostra sai da máquina ela pode ser enviada automaticamente para fazer outro exame.
Testes de Urina
Alguns exames que são realizados fora da esteira automática, como por exemplo os exames de urina. O líquido precisa ser passado em uma placa de petri, para ver se os microorganismos irão se multiplicar por ali. Esse processo chama-se semeadura e é realizado de forma automática, porém, um técnico precisa conferir regularmente se tem alguma coisa crescendo na placa.
Após, as placas são colocadas em estufas com temperaturas que simulam as condições do corpo humano e a cada 16h um técnico precisa conferir se há multiplicação de bactérias. É adicionado algumas enzimas para que as bactérias possam se multiplicar mais facilmente, e quando começam a formar colônias, é através da cor que é possível identificar o tipo da bactéria.
Testes de PCR
Hoje relacionamos esse tipo de exame mais frequentemente com COVID, porém é possível detectar várias outras doenças pois este exame consegue analisar material genético. Este teste pega sequências específicas de RNA do vírus, desta forma a análise efetuada é muito mais assertiva do que as alternativas, diminuindo significativamente a probabilidade de um falso positivo ou um falso negativo.
Teste de cariótipo
Quando falamos em teste de cariótipos, falamos em análise dos cromossomos. Essas estruturas formam o nosso DNA. O número e a forma deles podem identificar alterações genéticas como síndrome de Down ou leucemia, por exemplo.
Armazenamento e descarte das amostras
Sabemos que as amostras não podem ser descartadas de qualquer forma, portanto o processo de descarte é rigorosamente acompanhado para garantir que não haja qualquer tipo de contaminação ao meio ambiente. Primeiramente as amostras são tampadas com a própria tampa do tubo ou com alumínio e depois enviados para a soroteca. O tempo que as amostras ficam armazenadas variam dependendo do exame.
Quando termina o tempo de armazenamento, os tubos são automaticamente descartados e encaminhados para incineração.
Soroteca: Trata-se de um armazenamento de amostras biológicas, podendo ser sangue, líquor, esfregaço e peças anatomopatológicas coletadas previamente dos pacientes, que estão aguardando a finalização dos resultados ou foram armazenadas para pesquisas futuras.
Manutenção e controle de qualidade
Para garantir a integridade dos resultados, é recomendado que a cada 12h seja colocado uma amostra padrão para controle onde os resultados esperados já são conhecidos. Desta forma, os técnicos que realizam esse procedimento, verificam se os resultados estão de acordo com o esperado.
Gostou de saber um pouco mais sobre este processo? Conta pra gente nos comentários.
